Produtores de mandioca conseguem apoio do governador para resolver problemas trabalhistas

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12/04/2016 - 14:01 Por: Claudia Camargo    Foto: Toninho Souza

Os produtores de mandioca de Ivinhema e cidades vizinhas estão sendo penalizados com multas por falta de registro dos trabalhadores temporários que atuam nas lavouras. A inviabilidade do registro e o receio de serem multados fizeram com que os mandioqueiros suspendessem a produção, gerando prejuízos para os funcionários e indústrias. Procurado pelos produtores e fecularias, o deputado estadual Renato Câmara articulou apoio do governo do estado para adequação das exigências trabalhistas na produção da mandioca.

Representantes da Associação de Produtores de Mandioca; os vereadores Júnior do Posto e Valter Petreli; o prefeito Eder Uilson França Lima (Tuta); donos de fecularias; deputado Renato Câmara; diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), Enelvo Felini e o governador, Reinaldo Azambuja se reuniram nesta terça-feira (12) no stand do governo no Parque de Exposições Laucídio Coelho para discutir as imposições trabalhistas que o Ministério do Trabalho passou a fazer aos produtores de mandioca.

Em Ivinhema, o cultivo da mandioca gera cerca de dois mil empregos e abastece três fecularias da cidade, é uma atividade fundamental para economia do município. Apesar de sua expressão, a produção vem se tornando difícil. A principal dificuldade é cumprir a exigência do registro dos trabalhadores temporários que no cultivo da mandioca são necessários em apenas duas etapas, na limpeza/plantio e na colheita. O registro, além de se tornar inviável financeiramente para os produtores também não é de interesse dos próprios funcionários.

“Eles não querem ser registrados porque recebem programas do governo, se tiverem registro perdem os benefícios. Além disso, eles não ficam comprometidos com uma única roça, se eles encontram uma plantação que ganha um pouco a mais eles largam a que estão e partem para outra”, explica o secretário da Associação dos Produtores de mandioca, Osvaldo Cardogna.

Na última semana, Liandro Brito, que tem 100 alqueires de mandioca foi autuado pelo Ministério por ter em sua produção trabalhadores que não estavam registrados. “O próprio fiscal falou para mim que eu poderia trabalhar a vida inteira que eu não iria conseguir pagar essa multa. O que nós queremos é que o governo entre em acordo com o órgão para a gente ter condições de tocar roça, porque assim, é impossível”.

Receosos de serem multados, os produtores paralisaram a colheita da mandioca por dois dias, o que prejudicou as fecularias “essa sensação de insegurança fez secar nossa matéria prima. Os produtores suspenderam as atividades por alguns dias e agora que voltaram estão com poucos trabalhadores na roça porque têm medo de novas fiscalizações. Essa situação para a fecularia é horrível, nossa produção fica parada”, conta proprietário de fecularia Ancelmo Kuhnem.

Renato Câmara expôs a situação e destacou a expressão desse mercado para Ivinhema e região “viemos aqui porque precisamos que o governo interceda nessa questão. Sabemos que as leis são federais, mas temos que respeitar a realidade local. É completamente inviável para o produtor e também para os trabalhadores a exigência do registro. Bom senso é a palavra de ordem nesse momento. Temos certeza que esse também é o pensamento do nosso governador que vai conseguir encontrar um caminho para que não inviabilize a produção e nem se deixe de cumprir com as leis trabalhistas.

O governador Reinaldo Azambuja se comprometeu durante a reunião em firmar um acordo com o Ministério do Trabalho para adequação das exigências, “na situação atual, nossa prioridade é manter produção, gerar empregos. Entendemos a importância das leis trabalhistas, mas não podemos sufocar os produtores. Vamos dialogar com o Ministério do Trabalho para chegarmos a um acordo que atenda os dois lados”, declarou Azambuja.

O deputado estadual também pediu a presença do governo na reunião que está agendada com o Ministério do Trabalho à Reinaldo Azambuja que indicou para comparecer e representar o Estado, o presidente da Agraer, Enelvo Feline e um assessor jurídico para apresentação de propostas baseadas em decisões de outros estados que conseguiram chegar a um acordo. A reunião acontece no dia 15 de abril às 19h no campus da UEMS em Ivinhema.
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